
Sylvain Chomet já havia feito uma homenagem sutil e emocionante ao célebre cineasta de “Mon Oncle” com o excelente trabalho anterior: “Bicicletas de Belleville”. Desta vez, o diretor foi mais longe e baseou-se num roteiro original inédito do próprio Tati para criar o extraordinário “O Mágico” (L’illusionniste).
O personagem principal é muito parecido com Monsieur Hulot, o famoso personagem de Tati, desta vez encarnado num simpático mágico cuja atividade parece fadada à extinção devido às modernas e novas formas de diversão que surgem nos anos 50. Em meio à decadência de sua profissão, o mágico conhece uma jovem camareira que se torna sua fã e o acompanha pela Escócia.
Com uma sensibilidade rara e um traço artesanal impecável lindo de doer, o desenho animado desfila com maestria tipos curiosos que formam o séquito do personagem principal: Um ventríloquo, um palhaço e três acrobatas. Todos acabam sucumbindo aos novos entretenimentos que surgem através de raros diálogos e um humor singelo e algo melancólico. No final, até mesmo a última admiradora do mágico ganha novos interesses, deixando claro que a arte pura e bela está aos poucos perdendo sua plateia mais seleta.
O Mágico (L’illusionniste). 2010. França. Direção e Roteiro (Adaptado): Sylvain Chomet. Gênero: Animação. Duração: 80 minitos. Baseado num Roteiro de Jacques Tati.
Carlos Henry.
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